Desço pela noite
a romper o infindável mundo dos medos
no escuro as sombras dormem
nos recantos da lua vazia
as gotas finas escorrem
nos vidros húmidos de ventania...
Num arquipélago de insónias
dormem os sonhos
em murros de silêncio
...os gatos miam
nos beirais dos telhados calados
procuram o cio das horas
a mudez é a capa das passagens
que as raízes choram na terra...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...