O sol nascia entre a cadeia de montanhas
Trazia em sua tênue luz do alvorecer
um brilho suave, que ia colorindo a paisagem,
conforme, ia empurrando as sombras da noite,
dando vazão a um novo dia.
Do alto da árvore mais altaneira que, pousei
Observei esse milagre da natureza, que, acontecia
todos os dias de nossas vidas, algumas vezes , passados desapercebidos.
Aconteceria, independente da minha vontade
paulatinamente, dia após dia.
O esplendor da natureza explodia nessa intensa magia.
Olhei...o infinito, onde, o céu se escondia.
Alçar voo, ir de encontro ao firmamento,
foi meu pensamento.
Queria alcançar o mais alto que pudesse neste voo.
E, lá do alto, plainando, observar...
O pequeno rio seguindo seu curso,
a floresta abrigando em seu seio tantas vidas, de tantas formas e em tantos estágios.
Olhar, os caminhos tortuoso e perigosos entre as montanhas, formando cadeias, entrelaçadas apenas,
por estarem em solo único.
Plainei, olhando para o solo e observando o céu acima.
Olhei tudo o que na terra me fascina,
e sonhei com o desconhecido acima,
Mergulhei, num voo de despedida...
O derradeiro voo de águia.
Me despedi dos campos, nesse voo rasante
das copas frondosas das árvores que me acolheram um dia, e dos pequenos seres que deixaria de caçar na minha cadeia alimentar.
Voei, voei, voei...
Sou águia, em seu último voo,
águia multiplicada em dias,
que muito vivi, muito sofri, e fui feliz.
Voando livre pelo céu azul em liberdade total e essencial.
Cumpri minha missão.
Olho o horizonte que me chama
Que clama: È hora de partir!
Alço voo e sem demora
busco na montanha meu ninho, meu lar.
Recolho-me, com o sentido, do meu dever cumprido.
Me recolho, é finda, a minha lida
Me aninho em meu cantinho,
e descanso meu corpo e definho...
Me entrego ao meu destino,
Alçei a liberdade, do meu último voo!
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)
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