Na descida do prédio,
Os olhos em suas paredes de tijolos vermelhos,
O piso escorregadio e corrimão preto.
No lance de escada do segundo andar
Uma janela enorme,
De lá eu via o mundo,
Eu via a praça da outra rua,
O calor do sol que entrava pela vidraça.
Ouvia as meninas, os outros garotos,
Era sempre antes das 9h30.
Para poder descer sozinho,
Imaginar o que poderia ser
Sem ninguém ou quase ninguém.
É assim que lembro.
Faz quase vinte anos que sai de lá,
Mas ainda desço os lances de escada,
Ao final deles ainda vejo a moça loira
Esperando por mim na arquibancada.
O nome? Claro, ainda sei.