...
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.
há beleza na fome
d’uma criança;
quando ela come
vejo olhos
saboreando brilho
há beleza na fome
d’uma criança
que nada come;
tem um olhar pedinte
lacrimejando súplica
sem a violência
da fome que o
adulto consome
há beleza triste
no olhar d’uma
criança
se consumindo
de fome;
a esperança
vai se afastando
quando nada recebe
das mãos de outros olhos;
o brilho vai se desviando
dando lugar pro mar
alagar.