Esvoaçante vai pelos campos e ravinas das margem do rio,
numa desabalada carreira sob a chuva fina brinda o céu
caindo as penas do avestruz antes que começasse a nadar.
Só uma corrida, as penas queimadas por folhas de urtiga.
Na retórica atual seguimos todos os sábios ensinamentos
os corações indagam até a quem poderia atravessar o mar
taquicárdicos batendo frenéticos em descompassado ritmo
às vésperas de mais um dia festivo sem maior trabalho.
Sei bem que precisava sim apoiar-me nas abas da casaca
como aquela estrela bêbada que passou cadente e trêmula
mergulhando na obscuridade das luzes do céu distantes.
Que mais haveria a ser dito quando ignoram a si mesmos
junto por isso, o ar raro impregnado de hélio e hidrogênio
tornou-se mais leve, ascendeu como a vida da pequena rã.