Algumas vezes, o poeta
se reveste de uma crisalida
iberna em sua própria alma
e num tempo só seu
expurga suas dores,
remoi seus amores
destroi seus temores
abandona sua pele
e nua, sacode lentamente
permiti, que o sangue
percorra seu corpo
liberta suas asas e voa
alça vôo
vai de encontro ao céu
numa manhã de verão
e grita seus versos
a pleno pulmões
sou um poeta
que fala de amores, de dores,
de abandonos, e esperança
que ama crianças
que não quer seguir convenções
odeia grilhões, ama a liberdade
de todas as formas de expressão
sou um poeta que acabou
de abandonar a prisão
e alçou vôo
fadinha de luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)