É meu encanto, a lua dourada,
As casas branquinhas à luz do luar,
As águas da fonte sempre a murmurar,
Os sinos da ermida sempre a tocar...
As ondas do mar beijando as areias,
Jovens graciosas que imitam sereias,
Sem blusas nem saias, nem toucas nem meias!
Nelas aprecio quanta perfeição,
De valoroso escultor que lhe pôs a mão,
Beleza que inquieta, que atrai coração...
O sol caloroso bronzeia e enrubesce,
Faces de sereia, de beijá-las endoidece,
Deixa-as mais formosas assim me parece...
Tudo isto adoro, quanta graça e encanto,
Amores que eu anseio, que eu quero tanto,
Eu amo o que é belo que Deus fez de santo!
Isto é minha vida que eu tanto aprecio,
Que me dá saúde, quanto amor e brio
Coisas que eu contemplo por horas a fio...
Quero assim viver adorando os céus,
Estrelas luzentes, fogosos lumaréus,
Tudo isto existe são encantos meus...
Eu vivo cantando salmos ao Senhor,
Co'as aves dos céus mil cantos de amor,
Ouço as criancinhas cantar com primor...
Emídio, S. Paulo, 15/7/81