Morreu o poema
partiu com as ondas de um vento incerto
por caminhos onde a luz se perdeu
não sei quanto tempo por lá vai ficar
se algum dia voltará
aguardo o seu regresso
com as páginas abertas
na varanda deste Outono
onde deito a insónia
no sono profundo da inspiração...
Calei as palavras
embrulhei os pensamentos
no baú calado do tempo
guardo a chave dentro da íris cerrada
observo o céu
canto com a lua
na presença das estrelas
que nuas espreitam a penumbra de um acaso
sentada na cadeira de baloiço
onde o gato se enrosca
com a insustentável leveza de ser...gato
e vive plenamente sem palavras!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...