O que fores pra mim hoje, serei pra ti amanhã.
Todo o gesto que lançares e cada palavra tua,
Tem de vir simples como o orvalho pla manhã
Movimento concertado como o chão duma rua.
Não podes fugir a quem és esse é o teu senho.
E cada gesto teu é medido pelo alcance grado,
Com que este chega ao outro, como um lenho,
Que fique vincado na madeira para teu agrado.
É que uns nascem ricos, outros, já à nascença,
Trazem o estigma da pobreza em rude coberta.
Mas a índole não tem estatuto apenas nobreza
A quem dela bom uso sabe dar e levar pla vida
Fora. Então é assim, sempre terás porta aberta
Para seres quem és, aí a causa te será devida.
Jorge Humberto
21/12/07