Desencanto Cheguei a ver os filhos, mas não verei os netos - asas de fogo no espaço a pairar- Não poderei erguer ou levantar num só dedo de altura os meus projetos.
Vejo morrer os sonhos mais diletos Vejo-me a vida aos poucos sem parar... Ouço a terra docemente a chamar estremecendo os meus passos incertos.
Não semeei a dor nunca a quis cultivar mas, ela cresceu como os abetos cresceu, na serra, ao brilho do luar... Antes morrer cantando que chorar, que mendigar nos caminhos desertos, o pão do amor que não sei encontrar...