Ai se eu fosse um poeta,
não me fazia pateta,
faría era só dinheiro,
mas por querer fazer melhor,
tornei-me em professor,
agora nem sequer o cheiro.
Ai se eu fosse bébé,
vou-te dizer o que é,
uma coisa diabólica,
faría uma demonstração,
montava uma organização,
para acabar com a cólica.
Ai se eu fosse um moço novo,
punha-me a falar ao povo,
para mostrar o meu ponto de vista,
começava outra vez a vida,
casava com uma mulher querida,
mas que não fosse uma fadista.
Ai se eu fosse uma mulher,
não queria nem se quer,
um tipo assim como eu,
muito amigo do computador,
com ordenado de professor,
e nada nesta vida é seu.
Ai se eu fosse um palhaço,
punha-me a rir um pedaço,
e não chateava ninguem,
com a minha cara pintada,
não quereria saber de nada,
e assim viveria bem.
Ai se eu fosse um deus Grego,
havia de dar paz e sossego,
ao pobre do coitado Chico,
não liguem a estes versos,
que são estúpidos e perversos,
e eu mais alegre fico.