Eu era um adolescente manhoso,
que por capricho desditoso
um velhote aconcelhou;
“Não ames de mais nem menos
guarda os teus segredos pequenos
que eu a trás de ti não vou.”
Claro que eu não segui o concelho
daquele sarnoso velho
quem sabía melhor era eu,
só que eu nunca pensei
que a experiência dele era rei,
pela vida que já viveu.
“Não te apaixones de repente,
fica com isto na mente,
porque a vida não é longa,
não corras atrás da donzela
porque depois de estares com ela
vais ver que é uma mandonga.”
“Saia daqui velho dum raio
que eu consigo não me caio
a acreditar o que você diz,
eu faço aquilo que eu quero
e digo-lhe com desespero
tir daqui o seu nariz.”
O velhote ficou ofendido
logo foi desaparecido
não sei o que foi feito dele,
eu cresci mas não aprendi
por isso bastante sofri
e bem escaldei a minha pele.
e então depois de crescer
nunca cheguei a saber
se era meu pai ou avô,
vivo a vida mal ou bem
não dou concelhos a ninguem
velho tambem já eu estou.