Turvas as ondas
Que por nossa vida passam
Deixam saudades, recordação. . .
E na verdade apenas saudades,
E da existência, a doce ilusão
Em um corpo deitado na areia,
Fazendo da areia o seu ataúde,
sua mortal teia
Espumas insurgem e apenas borbulham serenas
E escorrem pelas mãos.
Olhos de sal olham o azul do firmamento
E por breve momento
Das aguas que o banha
Ouve a voz da razão
Envolta nas suas entranhas
Mas o céu vai embora
E volta escuridão. . .
E contorna o seu rosto
Somente na alma aflora
Um pouco da dor do amanha
breve. . .sonora
Um pouco do sal que o consome devagar
E das ondas que veem e vão
E o levam de volta para o fundo mar
Para eterna escuridão
Alexandre Montalvan