Uma mão fria toca-te
e desejas, sem querer,
entregar-te ao alheio
de ti, na outra.
Queres ir
nos espasmos referências,
na ternura momentânea,
no apelo das tuas orelhas,
que fervem.
Queres lábios,
queres costas,
para te entregares.
Queres tornozelos submissos
e pulsos que se entreguem.
E o sangue que queres?
Terás na boca,
que entregas, de mais
para mais, para o que vier.
Mas assim queres,
e queres..
Deixa-te querer!
Maria Toranja
Vera Soja