Era uma vez um sonho,
Feito de pérolas e puro oiro
Vivia escondido em ti
Até que por acaso o descobri
Era um sonho de criança
Com a ingenuidade da mudança
Preso por grilhões de esperança
Aguardando imuto por tua lembrança
Brilhava mais que o sol raiava
Cobria o céu de luz branca e alva
Era por ti que ele sonhava, ansiava
Sim, o sonho era verdadeiramente teu
Mas estimei-o como se fora agora meu
Envolto neste véu escuro em azul céu
Brilhas e resplandeces com o olhar
Aceitas em ti o sonho sem hesitar
E mais uma vez em águas azuis cor de mar
Tornas a aprender de novo a sonhar
E eu, simplesmente estou ali…por ti…
Procurando, desesperado numa ânsia pesada
De quem sonha em nunca perder a amada
Mas e a dor? Não, a dor não jaz aqui
Peço-te perdão sem nada falar
Recorro-me da melancolia do meu olhar
Entristece-me saber que por não sonhar
Talvez tenha deixado de tanto te amar
Terei que recuperar o meu sonho
Torná-lo menos negro e tristonho
Serei então capaz de sonhar, o teu mesmo sonho
Meu Deus dai-me forças para não cair
Para nunca no passado ter de refletir
Sempre sem soslaios em frente seguir
E tu? O que procuras mesmo de mim?
O meu triste e pesado ser que luta por um fim?
Ou apenas temes que te abandone por fim.
Como é difícil aprender a sonhar
Não vem nos livros, ninguém pode ensinar
Apenas por experiências em tempos ideais
Poderemos comparar e evoluir como iguais
E após tantos momentos e hiatos de esperança
Resta-nos uma nesga de magra lembrança
Dos tempos felizes em teu regaço suspirando
Onde traçava teu rosto indolente, o meu sempre beijando
Eram tempos de calorosas venturas
De jovens que viviam as primeiras aventuras
Ignorando ainda que viriam depois as amarguras
Era-mos nós, eramos deuses sem lei
Envoltos em justas palavras que agora direi
Pois aprender a sonhar, um dia eu conseguirei