Há loiras, negras e eslavas
por santuários deificadas
Não temas, ó Nádia o teu olhar
É a alvorada, o crepúsculo e o luar
Tão delicada e envergonhada
tão sensível e recatada
não temas ó Nádia, uma palavra
cordata, sensual ou brava
Tão doce e atenciosa
amante tão carinhosa
Não temas ó Nádia um sorriso
É o nosso amor que eu analiso
Há-as ricas, poderosas e fatais
concubinas, rainhas e sacrais
Não temas ó Nádia o teu estatuto
Apaixonei-me com amor de puto
Há-as santas e canonizadas
presidentas e mal-amadas,
pornocratas regentes da tesão
Não temas ó Nádia o coração
Madalena era morena
Maria, morena em ente
A Mulher está na trezena
tu Nádia, na minha mente
Deusas da Acrópole, fugi
que uma Atena, encontrei na vida
que me fugiu, mas que a prendi
e beijei, quando vagava perdida
Há loiras, negras e eslavas
asiáticas e escandinavas
És a mais bela judia que traço
não temas amor o meu abraço
Há mulheres, de todas as religiões
de todos os credos, com várias feições
Não temas ó Nádia um gesto forte
amar-te-ei, até à morte
Há mulheres feias e bonitas
das mais belas, eu já vi
há pérfidas e benditas
Lembras-te, quem eu escolhi?
Há mulheres que nem eu clamo
ímpias, ardilosas e tenazes
diz-me Nádia o que me fazes
para que te ame como eu amo?
Rejubilas na madrugada
És a judia tenebrosa
juvenil, sorridente e airosa
doce, sensual e recatada
Cada gesto teu é um código
que decifro com o coração
casaste com um homem pródigo
nas letras e na paixão
Certo dia, apareceste na alvorada
mostraste-te desprotegida
ganhei coragem, observei-te imaculada
e sussurrei-te a frase proibida
Quatro mil milhões de mulheres
que Deus criou, o meu Magno Amo
Ama-me Nádia, se me quiseres
e hoje… já te disse que te amo?
João Pimentel Ferreira
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Domine, scribens me libero