" ... Havia uma criança parecendo assustada com imaginário ente maligno
nem via a árvore de natal, guirlandas, chorava agasalhada na manta..."
--------------------------------------------------
Doloroso pranto
Deslizando, a porta fechou deixando a plataforma mais quente,
pessoas apressadas carregavam embrulhos, exalando cheiro bom,
mesmo alguns agitados, passantes sorriam, alegravam o ambiente
inobstante o passar dos trens, havia música ante retumbante trom.
Havia uma criança parecendo assustada com imaginário ente maligno
nem via a árvore de natal, guirlandas, chorava agasalhada na manta.
Era puxada pela mãozinha pela mãe, vestes simples, um rosto digno,
caminhava devagar, no semblante trazia marcas de uma angústia tanta.
Parecia alheia a tudo, trazendo a criança, mas perdida em tormentos,
nas mãos apertava o que parecia uma joia quebrada, só fragmentos,
procurou um lugar isolado da plataforma, ninguém havia naquele canto.
Diante do trem bufando entregou ao menino a joia, de pueril trifânio,
atirando-se nos trilhos foi colhida pela máquina esmagando-lhe o crânio,
deixando a pobre criança desesperada esvair-se em doloroso pranto.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."