Numa grota bem deserta desse sertão
onde ate as estrelas curtem a solidão,
o curiango, solta triste o seu piado...
Que corta, esse silêncio da imensidão
que faz chorar o meu coração,
que ecoa, sobre um luar tão prateado...
A lamparina, junto a esse caramanchão
tem por companhia, lua e constelação,
e ao longe, tristes piados no deserto...
Eu sinto, na calmaria desse torrão
com o luar, com seu suave e belo clarão
que seus piados, me parecem tão perto...
Já ó ouví, em tantas noites de escuridão
como se chamase, por uma paixão,
onde, mais nenhum outro som existe...
É melancólico, como se fosse uma canção
como se tivesse chamando por seu irmão,
fico ouvindo, o seu piado tão triste...
Nessa silenciosa madrugada de verão
esta quieta, ate as águas do ribeirão,
mas ele esta lançando no ar a sua dor...
O lamento, dessa ave do grotão
parecem vagas notas de um violão,
que tenta encher, a madrugada de amor...
São noites e noites, chamando em vão
chamados, que devem chegar a plutão,
mas são, so endereçadas ao luar...
Nas trevas, onde ele busca sua proteção
parece, os pedidos saidos de uma prisão,
como se implorando, para alguem voltar...
Bem ao longe, o triste uivado de um cão
e seguido pelo relincho de um alazão,
talvez pedindo, para o curiango ir embora...
Deve estar entristecendo a audição
ao invadir os ermos tristes desse mundão
esses dolorosos piados...De quem chora...