Sórdida e insolente é a morte aguardando
Tranquila, que a fome definhe, neste resto
De gente, que, à míngua, lá vai rastejando
Sua miséria, que nem sequer para arresto
Serve, senão para Urubu, que, esperando,
Sabe chegada sua hora, e, em gesto lesto
Anda de um lado para o outro, regozijando
Antecipadamente momento certo e presto.
Não sei, qual das duas, será a mas cínica,
Se a morte, que não chega, se vil criatura,
Aí já embriagada pelo olor, da fruta vínica.
Tudo é vergonhoso, que a minha ingénua,
Desgastada visão, destrói toda a estrutura
D´alguém que se opôs, oporá, sem trégua.
Jorge Humberto
19/12/07