Eu tinha começado a andar rumo ao infinito com ela. Sempre de mão dadas, mal sabia eu, que não precisava estar junto, lado a lado, para sentir o apoio e a segurança da mão que ampara.
Tinha meus textos a escrever, sempre precisava de idéias novas, que nasciam do fruto da conversa com ela. E desses momentos de diálogo, apresentavam-se novas idéias, que não eram nem minhas, nem dela, mas fruto de um diálogo e se pode dizer: nossas!
O andar é dinâmico, envolve um caminhar feito de assuntos, algumas vezes conflitantes, que juntos chegávamos a uma verdade maior.
Eu ariscaria dizer que o caminhar é um equilíbrio dinâmico, feito de momentos de desequilíbrio, aí tenho uma mão que me segura, que não me deixa cair, e ela tem a minha também, pois a recíproca é verdadeira.
O caminhar é o viver, é a vida, o equilíbrio dinâmico é o próprio construir, enquanto o estático, o marasmo, a mesmice, representa a morte.
E um casal está unido para viver, para ver a vida brotar de seus atos, e juntos procurar uma verdade, cada vez maior, que é a razão de estarem juntos.
Muitas vezes, só, no escuro do meu quarto, eu penso: “Meu amor dê-me sua mão, eu amo longe, a miragem, vamos deixar nossos passos na areia inexplorada, tudo o mais, não vale nada!”