Talvez aches que isto é um poema sério
Uma espécie de cartilha escolar consagrada
E que suas linhas te instiguem compromisso
Não! Não pretendo isso caro leitor!
Houve um tempo em que a palavra “aprovado”
Saída de recônditos e pastosos lugares
Embrenhada de seiva turva e envelhecida
Cuspia-se em meu rosto dizendo: “Se te atreves…”
E eu, que já não me benzia, ainda parava
Abandonando desajeitado o meu olhar.
É por isso que irei derivar de assunto
Estabelecer novas coisas que não leis
Porque não brindes? saltos e até vaidades
Porque não modos novos por inventar?
Cuja cadeira a civilização não esquadrinhou
Mas para tudo isso preciso de ti
Ser sem catálogo, pois homem novo ou velho
São mãos ignorantes dançando em crispação
Quero seres humanos autênticos!
Pontas espigadas de talento ou desastre
Mas que sejam cúmplices de seus pulmões
Acreditem, sejam contínuos em avanços e recuos
Molestem os fundos vazios das garrafas
Atrasem os relógios na véspera da antevéspera
Para que do ato a exata palavra não fronteirize
Com marcas ontológias uma intenção
De ganhar tempo para a causa humana
Vês… é só isso que te peço!
Ainda assim é um compromisso? Deveras?
Tem versos circunspectos e tónico modelar?
Será cartilha? Sério pedido?
Então se assim é, foste poema
Um pouco sincero pedido de desculpas.