o sol chega arrancando me
dos abraços que a noite fingiu dar
tarde demais; a gravidez já
pesa nas ancas do coração
o sol me acolhe com raios
derramados na cama
e ainda assim me desespero
pois revelam objetos falando de ti
fazendo revoluções contrárias
a esquecimentos.
fazem balés enigmáticos
referenciando (nossas) danças secretas
usam máscaras detalhando teu rosto,
parecem rir; fazem pouco.
cantam nossa música pedindo pra saudade
mais perto chegar
e os beijos pendurados no tempo
rasgam no pensamento um véu de lembranças.
corro pra fora pra cantar sob céu
tirando o coração de dentro de casa
mas vibra a ausência entre as cordas do violão
que o vento leva espalhando
pra retornar com mais versos pra compor
minha canção; doendo parto de tanto querer.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.