Poemas -> Amor : 

APAGOGIA

 
Queria decifrar os silêncios...
Silêncios dos que querem ser indecifráveis.
Máscara dos que temem a perda ou que já
perderam e não querem aceitar desvios.
Caminho na penumbra dos que tecem artifícios,
que mudam rumos, acham bifurcações. Mas, eu
quero os caminhos retos, daqueles que chegam
onde tem de chegar...
Hoje, ninguém tem futuro, o edificado no pó
também ao pó pode voltar.
As interseções são mecanismos dos desgastes,
eu quero a marcha dos que pisam o chão com
atitude para ir, lutar e vencer.
Volto-me aos momentos... à poesia onde rascunhei
minha alma, despida, nua... contudo, não mais me
acho, não mais me vejo, não mais me escrevo.
Não quero emudecer as palavras que emergem,
gritam onde nada ecoa, choram onde nada
ressente, dizem onde nada se entende.
Volto-me aos movimentos... ao ritmo que nos
mostrou a dança das nuvens, todavia não mais
me deito nos sonhos de papel onde o meu barquinho
seguia as ondas do infinito.
Volto-me à música que nos guiava pelos horizontes
de Pasárgada e que invadiu por completo acalentando
nossos espíritos pioneiros.
Volto-me ao passado edificado em claridade reluzente
de amor, à poesia primeira, ao verso pintado a quatro
mãos e que nos coloriu por inteiro, feito abdução
extraterrestre, em amplitude de um disco voador!...


Cacau Loureiro

 
Autor
cacauloureiro
 
Texto
Data
Leituras
858
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/10/2014 02:28  Atualizado: 14/10/2014 02:28
 Re: APAGOGIA
«me deito nos sonhos de papel onde o meu barquinho
seguia as ondas do infinito.»

olha cacau,seu poemismo é tão bonito quanto vc,indo pela lógica q nasceu e vc,seu eu poético,o jeito q vai construindo as ondas,colorindo as curvas, tão serena,encanta e acalma,curti muito ler vc,já favoritei e votei verdinho,obrigado.