Poemas : 

escrava da vaidade

 

És tão bela eu sei,
mas quando longínquos fragores de trovões
falarem com sorumbáticas vozes trágicas,
recorda-te das palavras derradeiras
que deixaste escapar de pestilenta boca.

Ostentas as mais torpes das cicatrizes
que assinalam os carácteres vulgares.
Rebaixa-te, assim bem o saber;
confessa-te subalterna;
morde o coração, como um ácido;
carcome-o, como polilha;
corrói, como a ferrugem, ao metal.

Mas,não te envergonha de própria alegria,
falaciosa e vil serpente da vilania,
sucumbirás ante as forças caudinas,
serás eterna escrava da mortal vaidade.

 
Autor
ArysGaiovani
 
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