Fogo eterno de um lugarejo
Que calas súplicas particulares
Como a criança tirada ao cortejo
Povo que luta com gestos vulgares
Olha meu filho como tudo arde
Guarda na vida mais esta lição
De que vale à causa humana o alarde
Na tara perdida da combustão
É pois só a natureza quem semeia
E dita decretos fatais à vida
As cinzas de ontem serão tua ideia
Sempre que a memória lembrar a saída
Sonhos e lugares vários assim geridos
Estranha condição da razão pura
Que ao ver os seus sapatos invertidos
Se deixa andar em estranha figura
Ó Homem, tão frágil personagem
Que candeias trazes tu hoje acesas?
Não sabias que a noite te tem vantagem
Nos minutos que dormes ou rezas
É só um palpite, um conto pequeno
Cautela isolada de uma lotaria
Pudessem os sonhos com um só aceno
Á vida ofertar sua ousadia.