Minha amada Cidade
¬ Exaltando Dois Irmãos ¬
Quem é esta, sobre o vale, debruçada na encosta?
Muralha construída num parapeito de prata,
Portal da Serra, guardiã dos imigrantes;
Senhora dos bravos, que gera e acalenta,
Entre montanhosos peitos, quais torres vigias? > (Morro de Dois Irmãos)
Mãe de sangue e adotiva – tesouro de afeto;
de amor ágape, e meiga paixão.
Oh! dama bela, brilhas como lírio ao luar,
iluminando os caminhos escarpados.
Manancial da fertilidade em ritual,
ao entorno das etnias em acampamento.
Ágata são tuas faces no ornato das greis.
Mais linda e perfumada que o sopro do leste,
vento das rosas. > (cidade de Sapiranga)
Ao oeste, a brisa das flores, > (cidade de Ivoti)
não exalam teu perfume.
Majestosa gazela, sentinela dos montes,
ergues tua voz ao norte,
linda e agradável.
Alerta, que ecoa suave, na aragem dos morros;
maternal escudo, guia das crias. > (Morro Reuter – Sta M. do Herval)
Ao sul, no escabelo dos seus pés, > (Vale dos Sinos)
erguem-se quais altares,
portentosos pedestais do saber.
Pisas cilindros de ouro, esmeraldas, safiras,
especiarias em marfim e mármore talhado.
seletas iguarias em couro vacum.
Simplicidade e felicidade cimentadas nos rochedos!
Tens a doçura e encanto que ocultas no véu.
Quem és?
Quem é esta que exprime zelo em acalanto?
Que preserva cristalinos fios de água
sobre a cavidade das fontes,
que se ergue a ofertar ideais, horizontes?
Nem a “naja real das pradarias”,
Nem a “águia poderosa do rochedo”,
juntas, inspiram tanto encanto e energia,
quanto tu minha “Dois Irmãos” amada,
me inspiras - à poesia!
Máximo Enio da Silva