Nesta imensidão de um tempo perdido, que teima em não parar, e que desgasta o sabor do amanhã: nasce uma vontade enraizada em ventre maduro. Olho em redor e encontro o limite entre o viver e a vontade de ser. Perco-me em pensamentos onde o acabar dos meus lábios é o começo dos teus e guardo nas mãos as palavras que gostava de escrever, mas que fogem pelo frio que encontram quando se cruzam com o olhar – o teu olhar!
É clara a vida enraizada numa terra que estremece a cada pico do dia; é forte a palavra que antecede o abraço: ou o cair de um beijo no horizonte por não encontrar o calor dos teus. Simples seria se estivesses aqui, e me amasses, neste momento: era o tempo ultrapassado pelos gemidos a cada compasso, era a vida perdida pela vontade de o ser. Livre é o caminho do regresso.
Depois vai, encontra o teu tempo, e deixa-me ficar nesta imensidão de um tempo perdido, que teima em não parar, e que anseia o sabor do amanhã contigo.