Os dias sempre iguais,
Desfaleciam tristes nos ocasos da vida,
Numa monotonia de desalento da alma!
O sol tinha a opacidade da sua tristeza,
O luar, mortiço, esmorecia o seu sentir,
Navegava em suplício por águas turvas,
Submergindo nas profundas dores do seu viver!
Mas...Um dia...
Tudo mudou, quando ela surgiu,
Numa simbiose de esplendor e simplicidade
E a sua alma antes desalentada, alegrou-se,
O sorriso dela era como o sol no seu apogeu,
Dos seus belos olhos esverdeados, fez-se luar
O coração dele, antes esmorecido, vibrava de emoção
Emergiu das profundezas do desencanto,
Toda a sua amorfa essência, resplandecia!
Ela sorriu-lhe, ele sorriu-lhe
Por encanto, ou capricho do destino,
Na celeridade do tempo, nascia uma paixão intensa
Lava incandescente do vulcão do amor!
A cada dia mais forte e delirante
Era essa louca e deliciosa paixão,
Que os levava por céus de volúpia,
Em constantes voos de prazer
Nas asas de excitante êxtase!
Sôfregos de desejo,
Entregavam-se em amplexos de desvario,
Beijos delirantes longos,
De onde brotava doce néctar
No impetuoso conflito de línguas!
Seios hirtos, ansiosos, excitados,
Cediam à pressão do peito do amante,
Que avassalador apertava a sua amada...
...E a cópula consomou-se, em delirante prazer,
Onde os sentidos se perderam nas emoções
De uma sublime e louca paixão.
José Carlos Moutinho