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Eu abro os olhos.
A lua nova sorrí
suspensa no mar de céu
do cerrado
e eu aqui afundado,
invertido
como a Atlântida impossível.
Ao lado da lua, Vênus.
Vejo Vênus como se fosse estrela
morta há milhares de anos astrais
e só agora aparente
pela lente da minha retina
que fita lua,
Vênus
e a fita no cabelo da menina
a vender flores.
Eu fecho os olhos.
O novo sorriso da lua
afogada num mar de céu errado.
O cerrado é a Atlântida possível.
O lado escuro da lua
das mortes astrais de gente cretina.
A fita nos cabelos da lua
é uma serpente lenta.
A menina oferece flores à Vênus
porque é uma estrela.
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