Poemas : 

Sem vento

 



Oh! Éolo, és a exuberante expressão de deuses onipotentes,
desde o Monte Olimpo, tu sopras reverdecendo os pastores;
quando por estas plagas surges, e se manifesta irreverente,
avivas o ar em reboliço, levantando saias, revelando primores.

Caminhando pelas alamedas floridas ou visitando vias estremas,
assinto para que num átimo tu apareça evidenciado teu mister,
mais que arrefecer a terra, tornar temperaturas mais amenas,
aguardo-te na faina de revelar, tão belas, coxas d'uma mulher.

Para cruel e soberbo desengano deste vate que tanto esperava,
sequer apareceste! Aonde te escondeste enquanto ela caminhava ?
Ficou justa ao corpo, encobrindo o tesouro, saia rodada xadrez,

restando ao desgraçado poeta remoer ingente anseio da cupidez.
Onde estás tu nesta hora cruciante de desejo e aflição extrema,
tu não vieste neste justo momento levantar as saias da Jurema !

 
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sarcopio
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