Era um mundo ordinário
Como é possível? Eu não consigo crer
Homens desprezando corpos femininos exuberantes
Já que a moda, agora, é ter corpos obesos gritantes
Que se lasquem as magrelinhas
Todas as mulheres nada rechonchudinhas
Mas ter o que é bom custa um preço e eu vejo
Bem na ponta do dedo estendido a escolha mortal
Dessas mesmas mulheres inalcançáveis
Faz-se a vontade cruel
Elas somente tem olhos para homens paupérrimos
Invejados andarilhos rotos e mortos de fome, ásperos, velhos
Incrível !
E viu-se o absurdo incontestável
Quando sobraram chorosas multidões a lotar sinagogas
Igrejas, terreiros, e o diabo a quatro
Aquelas ricas pessoas de corpos esculturais
Desdenhando sua fé, ruminando contra seus doutores, seus deuses
Nascemos errados !
E vi correr a Massa Humana na Velocidade da Luz
Para suprir suas necessidades ególatras
Esses escravos felizes aos gostos terceirizados que fazem leis
Se transformando em mártires, obcecados
Nada mais que isso, grama á grama
Nada por nada
E vi sem querer ver
Que somos também a fraqueza
Reféns do medo bastardo
Quando estamos sentimentalmente fodidos
Nada aceitos pelo bem que queremos
Mercadoria nós somos
Pro inferno o que é natural, não faz mal
Ser a desgraça que o Meio me quer...
Seus Animais !!!
Animal...