E a MÃE?

Feliz mesmo somos na infância... Não nos importamos com sucesso, dinheiro, mulheres. Alias com relação as mulheres temos a atenção especial de uma. Amor correspondido, incondicional: Amor de mãe. Temos todo o tempo do mundo pra gente. A vida é um sonho...

Mas chega a adolescência... O peso do dinheiro começa a aparecer, principalmente quando um amigo aparece com um tênis invocado. O sucesso se torna primordial a medida que as mulheres começam, cada vez mais, a mexer com nossas cabeças, no entanto, o sucesso esta ligado simplesmente a uma questão de popularidade. O tempo para o que realmente gostamos começa a diminuir. A vida continua um sonho, mas a mãe já começa a encher o saco...

E então vem a mocidade... O dinheiro começa a fazer falta, principalmente pra pegar mais mulheres. São elas que realmente mais nos interessa. O sucesso agora esta relacionado em "ser alguém". Começamos a trabalhar, conciliamos a faculdade e nosso tempo já era. Mas temos os fins de semanas e com empolgação da juventude da pra aproveitar bastante o tempo que resta. O sonho se transformou em realidade e a mãe virou a melhor cozinheira do mundo.

De repente o amor! Não sei porque, mas ele vem... Entre tantas mulheres uma se torna especial. No começo o mundo gira em torno dela. O sucesso por um momento é pra conquistá-la, portanto não tem uma relação definida. Se for correspondido tudo fica lindo. Dinheiro... Pra que querer tanto, o amor já não basta? O vida volta a ser um sonho. A mãe sabe que ganhou uma rival.

Vem então o casamento... Até ele acontecer a vida já voltou a ser realidade. Provavelmente aqui a mocidade já foi, somos adultos. Muitos aqui são recém formados, e neste caso o sucesso esta em se destacar entre os profissionais da área e ser reconhecido pelo trabalho. Acreditamos que o dinheiro virá por consequência disto. Temos a mulher que escolhemos. Com o fim da faculdade o tempo melhorou bastante. Neste momento a vida é realidade, mas a realidade é expectativa e a expectativa são sonhos... A mãe agora tem alguns defeitos novos que sem a ajuda da esposa nunca teríamos descobertos, mas se destaca ainda mais como uma grande cozinheira.

E os filhos... No começo, logo de cara perdemos a mulher. Com as noites mal dormidas, o pouco tempo que resta é pra descansar. Falta dinheiro. O sucesso começa a se relacionar simplesmente em tê-lo. A mãe se torna uma grande aliada. De certa forma parecido com a adolescência voltamos a depender dela pra poder curtir algumas noites. Não da permissão, nem da carona, mas se ela não ficar com as crianças...

E segue a vida... Os filhos vão crescendo. Vamos aos poucos recuperando a mulher. O amor no entanto se transformou, já não é aquele fogo, é mais calmo, mas continua amor. O dinheiro é cada vez mais necessário. O sucesso, nitidamente, é dinheiro. Até o tempo é dinheiro. Os gastos não param, antes fraldas, mamadeiras, ... Agora escola, cursos, baladas... Logo faculdade... A mãe! Agora sim compreendemos a "pegação de pé" na adolescência, fazemos o mesmo com nossos filhos, ou pior. A vida virou uma loucura: realidade, mas as vezes pesadelo.

E segue a vida...
E segue a vida...
E segue a vida...

Velhice... Filhos adultos, Independentes, distantes... Percebemos que fizemos o mesmo. Na luta nos distanciamos de nossos pais, mesmo estando perto. O dinheiro agora, sendo o suficiente para nossas necessidades esta ótimo, não temos mais muita ambição. Por fim, o sucesso atingiu sua definição perfeita: ser feliz. Tempo é o presente. A vida é um presente.

E a mãezinha?
Saudade!

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Migueljaco	Publicado: 08/09/2013 17:04 Atualizado: 08/09/2013 17:04
Colaborador Usuário desde: 23/06/2011 Localidade: Taubaté SP Mensagens: 10200	Re: E a MÃE? Boa tarde Gel, esta sua analogia descreve os ritos da vida humana com muita sutileza, e infinda clareza, parabéns pelo eloquente texto, um grande abraço, MJ.

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Migueljaco

Publicado: 08/09/2013 17:04 Atualizado: 08/09/2013 17:04

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