O sol bate quente na planície,
As seáras tornam-se douradas,
O riacho já corre bem seco,
Está na hora do calor,
O alcatrão derrete-se na superfície,
Já vejo as casinhas brancas, bem caiadas,
Nesse bairro já não há aquele beco,
De que eu me lembro com saudade e com amor.
Azinheiras com troncos de forma bem estranha,
Oliveiras tão antigas que eu nem sei,
No céu azul desliza só uma cegonha,
A terra suplanta cor vermelha e castanha,
Ainda não compreendi porque é que eu aqui não fiquei,
Agora para cá voltar sinto-me cheio de vergonha.
Terra aonde o tempo passa sem ansia,
Terra antiga, terra de velhos lavradores,
Terra de trigo, terra de vinho, terra de pão,
Ó terra da minha infancia,
Terra dos meus primeiros amores,
Ó Alentejo, terra do meu coração.
shhhhhhhh