Violeta se trancava
e no enegrecer do sol
vislumbrava a vida
mas Violeta perdera
o sentido do tempo.
Violeta enterrou seus sentimentos.
Sem poder ir além,
sem força e em quatro paredes
Violeta ia lentamente
desfigurando seu corpo
e sua alma,
era uma flor devastada.
Violeta trancara para sempre sua voz.
Na necessidade do repouso
não existiam saídas
e até a luz a torturou,
nas fagulhas do descaso
Violeta mergulhou no mundo das sombras.
Violeta separou-se do seu corpo.
Sem vida Violeta não tinha dor,
era solitária,
não sabia morrer,
sua vida fora desgarrada,
suas amizades ilusões
e sua voz sem causa ou alcance.
Violeta vendeu sua alma.
Hoje restam pequenas lembranças
de quem fora Violeta,
ela passou como passam tantos jovens.
A juventude se perde
e não compreende a força do tempo,
correm na velocidade do descaso
e é torturada com o cálice
da dor e da solidão.
Violeta resplandeceu os céus, virou estrela.