Adentro a invernia que ora me habita...
Intento achar um segundo sol dentro da
névoa fria que me acerca.
Acerca dos meus desejos, verão em mim!...
Eu trago-te em meu peito fendido da ilimitada
espera, da longevidade que me é presente e
que rejeito.
Colho rosas à beira do precipício, frontispício
para a glória.
Em altas esferas, em divina dimensão teus
cânticos me acalmam a verve, mas não me
aquietam o espírito livre em amor.
A tua voz é como música que me move neste
meu mundo de silêncios em que te grito em
meu arrebatado âmago.
Brindo-te a cada manhã que se inicia em minhas
auroras enevoadas...
Faço arder o astro rei que todos os dias renova-se
em mim por ti!...
Cacau Loureiro