"...mas não desista de ter sempre o prazer
de ler versos. Atreva-se, atire-se ..."
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poesia é descobrimento
Rio corre para o horizonte,
então, o meu destino é voar?
Não tente compreender,
nunca poderá ver com mesmos olhos...
Nem faça muitas perguntas,
não existem todas as respostas...
Tente acalmar essa curiosidade singular,
o excesso de zelo, querer padronizar o extravagante,
a pequena maldade, bizarrice, desconfiar do insuspeito...
Mas não desista de ter sempre o prazer
de ler versos. Atreva-se, atire-se e não esqueça:
jamais deve tentar compreender.
Rezo sempre para que tais pecados
não permanecem vivos na memória...
Querer compreender o incompreensível,
explicar o inexplicável, desanuviar o intrigante,
singularizar os plurais, simplificar o excêntrico,
acomodar o incomodado, aplacar o curioso,,,
A poesia é mistério constante,
é súbita, repentina e imponderável.
Finalizar um poema, o verso certo, aquela rima,
é arte anunciada, gloria proclamada,
um descobrimento sob aura de harmonia,
é atingir uma coisa imprevista.
Espelho de água brilha como lâmina de adaga,
as baionetas não enferrujam na chuva...
Mantenha as ideias no caminho apregoado,
deixe surgirem revelações, descobertas e perdas.
Um verso pode não ser o esperado,
pode resultar um poema espalhado,
não propalado, inoticiado, até mesmo inopinado.
Ainda mais difícil é prenunciar um verso,
nem a alma dos mais antigos poetas pode.
Um segmento de linha curta, um presságio,
uma poesia diferente, indestinada e inesperada:
- ninguém sabe como será lida e acolhida
Veloz o vento voa,
varrendo velas no vasto azul...
Não tente entender,
a poesia é um descobrimento.
você não pode prever
um atingir a uma coisa imprometida.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."