Mata-me esta noite
Devora o meu corpo emunde
Espalha os restos mortais
Pelos ventos nórdicos
Vivi uma vida
Pensando que era teu
Enganei-me...
Virei de esquina
Os espelhos partidos
Ficaram por baixo
Deste cadáver frio
Frio, sem uma despedida tua
Em momentos que vivemos
Fizeste-me recuar
Lembrar tempos felizes
Feliz, morri
Oh, poeta...
Morrer pela quase que mais amas
A mulher que te fez agarrar a vida,
Em vida
Agora não passas
De um corpo sujeito
Às vicissitudes de outros
Que nunca te quiseram bem
Morre...
Poeta que nunca sonhou em sê-lo
Bruno Miguel Inácio