- Um apontamento poético de D. Afonso Henriques no final da batalha -
Vem de longe, meia morta,
minh'Alma aos vendavais.
Quem sou? Guerreiro ou monge?
Qu'importa?! Que fui! Que perdi!
Sou Português e nada mais!
Pátria onde nasci!
As quinas, simbolo poético da Grei.
A Terra, o Povo, a Lei!
E aqui, a Lei é Fé!
Fé em Cristo que em nós
nunca se esgota!
Está no sangue que nos corre!
Fé que vence qualquer derrota!
Amor ... reverência!
Elevo os olhos meus,
fito ao longe a Alma de Portugal
estrelada de clemência!
Abro em reza o Coração.
Sinto pairar, esvoaçando ao vento
em nocturno horizonte, no peito meu,
o Eterno Espirito-de-Deus!
Sagrado Povo que assim se bate!
Gente Lusa a que pertenço!
Pequeno Povo, Alma grande!
Povo vencedor na aurora da batalha,
intimo resgate ...
E como rezas sobre um altar
ou Astros no firmamento,
brotam lágrimas
no alvor do meu olhar!
Porque o Sol d'Ourique
p'ra sempre brilhará em Nós
e nunca mais se tornará a pôr!
Ricardo Louro
No Chiado em Lisboa.
Conta a lenda que D. Afonso Henriques na aurora da batalha terá recebido Cristo em sonhos que lhe terá dito que venceria o confronto, que seria aclamado Rei e que fundaria ali uma nação que teria como missão expandir a mensagem Cristã. E assim nasce Portugal, assim nasce a Alma deste tão nobre Povo ao qual me orgulho de pertencer! Alma de Poetas, cavaleiros, sacerdotes, misticos e ocultos homens e mulheres. Um pequeno Povo com uma Alma grande!
Ricardo Maria Louro