O fabuloso fazendêro - Senhor Bruno Mezenga tava no maió ronco, condo o telefone toca, em prena madrugada:
- Aqui é o Bené, o casêro da sua fazenda!
- O qui hove Benézin, aconteceu arguma coisa grave?
- Nada não, dotô! Eu só quiria avisá quio seu trinca ferro morreu!
- Meu trinca ferro? - Aquele que ganhô o concurso no mêis passado?
- Sim, este mémo!
- Puxa vida, num pode ser! Eu paguei uma furtuna nesse passarin... mais ele morreu diquê, Bené?
- Cumeu carne istragada!
- Carne istragada? - Quem deu carne istragada pr’ele?
- Ninguém não Dotôr... ele tava sorto, e cumeu de uma das mula que tava morta.
- Que mula?
- Das suas mulas puro-sangue! Essas morrero de cansaço, puxano carroça d’água.
- Puxano carroça d’água, Bené!? - Que água?
- Pra pagá o fogo!
- Fogo, fogo - fogo? - Mais onde, Bené? – Disimbucha.
- Na sua casa uê... a vela caiu na curtina e ela pegô fogo.
- Vela? Mas quem foi acendê vela lá im casa, se tinha letricidade?
- Foi uma das velas do velório!
- Velório?!
- É. o velório da sogra da sua muié... é quéla chegô aqui de madrugada sem avisá e eu rapei nela o dedo - mai –num foi a mando não patrão, eu qui pensei que fosse ladrão!... Mais isso já tem uns 15 dia, patrão.
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