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" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."
Numa ode ao que tudo pode, quem preside o regabofe logo acode,
uma conta no bigode, recitando uma estrofe, rege o forrobodó.
Tudo explode nessa ode, dando ao bode cachimônias na cachola,
caraminholas na estola, uma seta no final da cauda que sacode.
Sem tino amofina, de sobejo já lhe falta um lampejo de humor.
Se esquiva à sabatina, a pagode já resiste, logo foge para China,
Vai, eclode a doutrina, sobrevive, regozija-se na tal consagração,
festejando na esquina, cortejando a menina, como ave de rapina.
Pobre bode travestido, cacoetes de humano, infeliz, num ato insano,
quis ser mais que seus iguais, abichar mais poderes sobrenaturais,
abiscoitar seus intentos, adquirir os portentos, afastar suas mazelas,
sem que fique a sequela, uma droga na piroga, da disputa sem igual.
Ingerir acres venenos, superar todos limites das querelas dos terrenos,
encerrar-se numa mina, desviar da pobre sina, acender a lamparina,
vai cheirando tangerina para mostrar a disciplina, adquirida na esgrima,
superando o prodígio, no final não se amofina de ter a sorte inquilina.