CORDEIS EM MARTELO AGALOPADO.
O fiel quando vai ao santuário,
Faz pedidos que mude sua vida,
Invocando a santa mas querida,
São todos patrões e proletários,
E cada um com o seu legado,
Sai dali convencido que ganhou,
Pois a força coerciva do amor,
Afasta o dolo do miserável,
Dá conforto a quem o invocou,
Igualando os seres abençoados.
Quando a noite divisa com o dia,
E os pássaros fazem as revoadas,
São momentos de plenas alegrias,
E um galo cantando na invernada,
E o padre chegando na sacristia,
E o vaqueiro lidando com o gado,
Motorista aquecendo o automóvel,
O piloto funcionando a aeronave,
E Jesus lá de cima os observando,
E sorrindo de tamanha pabulagem.
Eu abri esta conta facebook,
No intento de ganhar agilidade,
Melhorando minha capacidade,
Revendo o que aqui discute-se,
Não é raro receber um insulto,
De alguém digamos desmiolado,
Retrógrado e mal assessorado,
Indigno do mal que repercute,
Se a vida tiver que ser no chute,
Eu prefiro morrer desinformado
Trabalhei na roça arranquei toco,
Moí cana e fiz muita rapadura,
Mandioca arranquei era sufoco,
Fiz farinha branca com textura,
Tangi bode ainda na clausura,
Ali era importante a virgindade,
Mas depois avançando a idade,
Vem o viço ai ninguém segura,
Me aparece uma linda criatura,
Se dizendo prostituta na cidade.
Conheci a profunda ansiedade,
Com as coxas daquela rapariga,
Rebolando a qualquer um castiga,
E a mim era uma atrocidade,
Indo até o perímetro da cidade,
Dava voltas até cair na zona,
E para enfrentar aquela dona,
Um trago era bem recomendado,
Não podia ser dela o namorado,
Voltava sempre de cabeça zonza.
Miguel Jacó