Sepulcro
Tu és nada
mas Deus existe em ti
e por ti se quer mostrar aos outros
mas tu não queres
e o pão que dás é pedra
e a palavra grito
o passo pontapé
o gesto soco
o sorriso esgar
a lágrima revolta
a verdade penumbra
a mentira noite
a certeza traição
o sentimento medo
a justiça vingança
Sepulcro vivo
fantasma comandado
a tua ambição é ser Senhor...
Deixa-me rir
(mas tu não deixas)
meu pobre
meu negado
meu palhaço - ditador!
Maria Helena Amaro
Maio, 1975
In Escola Remoçada
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2013/08/sepulcro.html
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