a morte chega quando
deixamos de sonhar
quando ao acordar
o mundo parece-nos que fechou
nada mais tem para nos ofertar
e nós sem coragem para mudar
o outonal desassossego
que parece todas as folhas levar
na alma o amanhecer falhou
perdemo-nos nos braços da multidão
quando percebemos que o relógio
até os atalhos do coração levou
ressuscitaremos
quando sepultarmos a saudade
enlutarmos o passado
entretanto a sombra vai caminhando
em passo lento esperando
as cores ávidas da conformidade.
ana silvestre