Aprendo a lição com os tropicais equívocos justos
Lendo as entrelinhas dos descompassos das mentes
Processos embargados pelos corações embriagados
São cacofonias patéticas e desprovidas da serenidade
Propalar e julgar o crime único do verbo amar
Falando dos delitos formais de paixões antigas
Partilha dos enganos justos que atormentam
É confessar enganos da sorte dos desnecessários
Assentar nos anéis únicos e úmidos dos porões da história
Puro delito exaurido, meros prazos de um coração esfolado
De pares eminentes na exatidão da eloqüência sem paixão
Abandonando idéias, verdades, poesias e sentenças exóticas
Inclinam por teses que os destinos denunciam e julgam
Revisitam processos, desentranham destinos e sentimentos
Contradizem, negam a justiça de vazios e exatos pensamentos
Sem revisar, revirando e revisitando seus cristalinos fracassos
Dá-se olhar à justiça do injusto e recatado réu
Altiva e fidalga, sensível premissa da coerência
Vias afuniladas, estradas cruzadas, processo arquivado
De um voto vencido, esquecido na gaveta do meu tribunal
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José Veríssimo