há sempre aquele caderno
em que ficam as sobras
sim.as sobras do que escrevemos
aquelas palavras que pensamos
não fazerem sentido
os medos acumulados
mas foi lá ,meu amor
que encontrei o esboço
daquele poema que para ti despertei
em que o desejo
se manifestou
ardendo nas palavras
sem coragem de te olharem.
leste e releste.
foi quando nosso amor amanheceu
ainda um pouco às escuras
em remendos de esperança.
não.as sobras nunca se devem
jogar fora !
há sempre palavras clandestinas
esperando a sua oportunidade.
ana silvestre