Poemas : 

 



meu pequenino Zé
de olhos pasmados a perfurar o céu...
Aqui, te mando a carta
escrita há tanto tempo
na era das coisas só segredo...
Lembraste Zé?
Ainda não morreu
a tonta professora
a prometer o Sol cheia de medo.
Mas, agora,
meu pequenino Zé,
vamos correr, saltar, cantar à Terra
a nossa liberdade sem segredo...
Vamos pedir aos homens
uma escola viva
sem fantoches a servir de santos
sem fantasmas a pedir sinais!
... água que mate a sede
... pão que sacie a fome
... roupa que agasalhe corpos
... justiça que perdoe
... ciência que congregue
... trabalho que redime
(Ó Zé, para quem vive tão pobre não é pedir demais...)

Meu pequenino Zé
Não te esqueças de gritar caminho fora
contra o ódio que só destrói a paz
contra o rancor que só separa irmãos...
(onde está a canção dos homens bons?)

Milionário duma verdade viva
vamos pedir aos homens
que gravem à porta das escolas
os direitos roubados à criança...
Vamos gritar
Vamos dizer
(flores na mão... flores na mão...
flores na mão...)
Não matem a Esperança!
Não matem a Esperança!


Maria Helena Amaro
Junho, 1974
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2013/08/ze.html
 
Autor
amacsequeira
 
Texto
Data
Leituras
643
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.