Já que não existem caminhos
então me recuso a superar,
já que não existem momentos
então me contesto no amor,
já que suas mãos foram perdidas
então eu repouso em um mar de ilusões.
Toda estrada desfaz-se
como um sonho desoleifica-se,
como os sóis derrete-se,
como nossos momentos,
nossos passos,
nosso amor,
decodifica-se em nada,
apenas em nada.
Já que não sabe por onde ir,
como chegar ou como ser
então eu salifico o que não serei,
eu projeto o que não terei,
eu redesenho o que não tenho
e assim tento descobrir
os teus mistérios,
os poucos mistérios teus,
o mistério do seu coração
e dos nossos beijos sem perdão.