Tenho um amiguinho
Que tem cor castanha.
E muito paciente
É um amorsinho
Sincero, sem manha
E meu confidente.
Vou com ele à eira
Também ao monte,
Vamos ao moinho.
Na sua canseira
Vai beber à fonte
Que está no caminho.
Eu chamo-lhe Louro
E parece que gosta
Que lhe chame assim.
E quando namoro
Encosta-se ao muro
Espera por mim.
Sorriem seus olhos
Quando manhã cedo
Eu o vou buscar.
Levo-o ao resto-lho
E se eu me arredo
Ele vai cavalgar.
E pela montamha
O meu burrinho
Sem se cansar
Passando pela azenha
Ele vai ao moinho
O trigo levar
E todo babado
Ele me sussurra...
Vem depressinha!
Estou apressado
Para ir ver a burra
Da nossa vizinha.
A. da fonseca