o que nos separa:
um biombo erguido
com o silêncio dos dias
em que o relógio fere
a página em branco
mendigando uma palavra,
o cheiro a tinta
ainda vejo um rabisco a lápis
a alvorada há-de pousar
nas minhas mãos
renascer teu sorriso
perdido nos arredores deste mundo
que transborda de ausências.
meus olhos descalços
esperam o suave caudal do teu abraço
que teu olhar se desprenda
da corda de navegação do esquecimento
quero escrever
as palavras que teu corpo fala
ana silvestre