Passa o homem pela vida,
Por outro esta é quem passa,
Um escreve sua história,
Outro a sina é quem traça.
Cada senda vem marcada
D'espinho, seixo - jornada,
Vitórias não vêm de graça.
O olhar vazio - descrente,
A tua imagem procura,
Cedo foste, ó poeta,
Deixando grande tristura.
Teus amigos lacrimejam
E os arcanjos rumorejam
À beira da sepultura.
No peito bate a saudade
Quão machucar faz o espinho,
Lembrança cortante, viva,
Deixa a vida em desalinho.
Poeta 'inda estás presente,
Lição de homem sapiente
É luz p'ra todo caminho.
Cada dúvida presente,
Resposta à mente traga,
Sempre Deus escreve tudo
Com tinta que não apaga.
Dos céus conclame o profeta:
Firmino, amigo e poeta,
Vive na celeste plaga.
[In memorian, ao amigo e poeta João Firmino Cabral,
Jadson Simões, Aju-SE, 12.08.2013]
Jadson Simões